terça-feira, 8 de janeiro de 2008

A SENSAÇÃO DE AFUNDAR.

Texto para reflexão: Mt. 14:29-31.
"Aquele que nunca fracassou não pode ser grande. O fracasso é o teste para a grandiosidade." Heman Merville.

Nosso ímpeto de crescer e dominar parece que se manifesta desde o berço. Na base do "qué fazê sozinho", pegamos a colher com a mão contrária. Comemos com as mãos e sujamos não só a mesa e o chão, mas todo resto que está em volta.
Quando começamos a andar tropeçamos em tudo e caimos toda hora. Quantos dentinhos de leite perdidos pelo caminho! Lembra-se? Ficamos confusos com o que podemos fazer na fase adulta. Quanta gente adulta fazendo coisas de criança! Há os que são mais criança que adulto no comportamento. Não falta quem nos diga: "Você parece criança".
Muito do que somos aprendemos quando eramos crianças. "Ensina a criança..." diz Salomão. Alguém já viu uma criança desistir fácil do que quer? Já imaginou uma criança que tropeça e cai dizendo: "Puxa, como sou estúpida. Acho que não nasci para andar. Não quero que ninguém me veja cair. Vou passar o resto da minha vida engatinhando." Ao contrário, a criança não desiste nunca, mesmo que tenha que levar para o resto da vida as cicatrizes adquiridas na infância e a lembrança das broncas recebidas dos pais.
Dale Bruner afirma: "Para nossa felicidade, Jesus salva antes de repreender."

1-Por que o fracasso serve de estímulo para algumas pessoas e paralisa outras?
De uma forma ou de outra, todos nós fracassamos e ninguém gosta disso. O fracasso produz derrota, desânimo, perda de esperança, vontade de se esconder e nunca mais sair do buraco.

2- A caverna chamada fracasso.
Davi e Elias passaram por essa caverna em tempos e situações distintas.
Vamos parar em uma caverna quando nossos apoios, suportes e muletas nos são arrancados. A caverna pode ser resultado de algumas escolhas erradas. De circunstãncias que fugiram do nosso controle. Perdeu o emprego? O orçamento estorou? Talvez o sonho de construir uma famíla tenha sido destruído. Talvez seu melhor amigo o decepcionou? Se ainda não chegou lá é só esperar a sua vez. Ninguém planeja terminar os dias numa caverna, mas mais cedo ou mais tarde todos passam algum tempo lá.
O mais difícil de estar na caverna é pensar: "Onde foi que Deus me perdeu de vista?" "Ele se esqueceu das Suas promessas em minha vida?" Conviver com o olhar acusador dos chamados santos, mas que na verdade não passam de fariseus.
Na caverna não há luz. Não há vida. Não há paz. Não há amigos. Na caverna o peixe é morto. Só a esperança e a fé permanecem.
Na caverna Deus realiza algumas de Suas melhores obras, moldando e dando forma a vidas humanas. É nela que se encontra os melhores tesouros. Quando percebemos que tudo nos foi tirado, descobrimos que Deus é suficiente e entendemos porque Ele é fiel.
Davi conheceu o fracasso. Passou cerca de dez anos de sua vida fugindo. Ele nunca esteve só. Algumas pessoas o seguiram e formaram comunidade. Juntaram-se a ele todos os que estavam em desigualdades, os individados e os descontentes. Com estes ele formou um exército.
O fracasso costuma trazer consigo a vergonha - a vergonha não só de fracassar, mas de ser um fracasso. Um dos grandes presentes que o fracasso pode nos dar é o reconhecimento de que somos amados e valorizados por Deus. Quando os "amigos" desaparecem porque não temos mais o que dar, Ele encontra mais espaço em nossa pobre vida.
A cavarna do fracasso nos proporciona uma chance valiosa de aprender. Aprendemos dizer como Davi: "Tu és o meu refúgio."
Na caverna Deus encontra tesouros valiosos.

Há uma saída.
Jonas Salik, experimentou 200 vezes mal-sucedidas, antes de desenvolver a vacina contra a pólio. Alguém lhe perguntou: "Qual a sensação de fracassar 200 vezes?" Salk respondeu calmamente: "Nunca fracassei 200 vezes em toda minha vida - apenas aprendi 200 maneiras de não vacinar contra a pólio.".
Conclusão:
Havia onze fracassos bem maiores sentados naquele barco. Ninguém percebeu. Ninguém comentou. Ninguém criticou. Somente Pedro conheceu a vergonha de fracassar em público. Somente Pedro conheceu a glória de andar sobre as águas. Somente Pedro experimentou a glória de ser erguido por Jesus.
O pior fracasso é não sair do barco e perder a glória de andar sobre o mar com Jesus.