sábado, 9 de agosto de 2008

O AMOR E O PERDÃO

"É mais fácil conviver com mil animais do que com dois seres humanos." (Augusto Curi).
A inveja, a competição, as mágoas, as ofensas, as alianças distorcidas, as maldades, as traições, vão se transformando numa espécie de panela de presão dentro de nós. Como uma panela de pressão entupida no limite de estourar, ficamos sem saber o que fazer.
A coisa não é falada, não é admitida, não é confessada; fazemos força para esquecer e tudo vai se acumulando cada vez mais. Imagina o estado desse ser humano que se diz crente em Jesus, crê e prega que Ele pode livrar de tudo, mas mantém o porão da sua vida entulhado de lixo.
Tem que ter um lugar para onde encaminhar todo esse lixo.
A opção é nossa. Podemos escolher cultivar o perdão ou cultivar a amargura.
A vida cristã é uma vida e um caminho de perdão, não há outro caminho para a libertação desse fardo, se não for o perdão.
Há muita gente sendo torturada pelo Diabo porque não libera perdão. A falta de perdão funciona como uma espécie de prisão. O nosso acusador tira proveito disso, como vemos em Ap. 12:10, onde diz: "É vencido o acusador dos nossos irmãos, o que os acusava de dia e de noite diante do nosso Deus."
Em nossa alma estão os nossos problemas, os nossos traumas, os nossos complexos, as nossas cicatrizes e as tatuagens. O perdão é uma cirurgia plástica que o Senhor faz em nós.
Nossa alma tem cinco ingredientes básicos, cinco falculdades fundamentais: Emoção. Intelecto. Volição. Consciência. Livre arbítrio.
A emoção é o mundo dos sentimentos, da alegria, da tristeza.
O intelecto é o mundo da lógica, das idéias.
A vontade é a perseverança, a garra.
A consciência dispara o alarme dos riscos e perigos. Voz que ecoa em nossa mente trazendo a noção do certo e do errado.
O livre-arbítrio é o poder da decisão e da esolha. A chave que abre e fecha a porta do coração.
O livre-arbítrio é tão importante que Deus o respeita.
Jesus Cristo deseja aliviar a emoção do peso das mágoas, dos rancores, dos complexos de inferioridade, dos sentimentos de culpa e da autopunição.
Augusto Curi diz que: "A maior vingança contra um inimigo é perdoá-lo. Ao perdoá-lo, nos livramos dele, pois ele deixa de ser nosso inimigo. O maior favor que fazemos ao um inimigo é odiá-lo ou nos sentirmos magoados com ele. O ódio e a mágoa cultivam os inimigos dentro de nós."
Por amar as pessoas, Jesus Cristo passou por situações pelas quais um ser humano como nós, não passaria. Pedro, Judas e tantos outros deram motivos para que o Mestre não olhasse mais para eles, mas ao contrário, Ele nunca desanimou. Às vezes gostamos de criticar, julgar e condenar as pessoas que nos cercam e até aquelas que estão longe do nosso convívio. Cristo tinha motivos para julgar e condenar, mas não o fazia. Ele acolhia, incluía, valorizava, consolava e encorajava.
Há um texto na Bíblia que eu particularmente gosto muito. Diz assim: "Todos os que o Pai me confia vêm ter comigo e eu não rejeitarei nenhum deles." Jo. 6:37. Jesus Cristo sempre via os erros não como um objeto de punição, mas como uma possibilidade de transformação. O perdão de Jesus é conseqüência do seu grande amor. Fico imaginando o Mestre do amor recebendo as pessoas de braços abertos sem recusar nenhum por pior que seja e a turma do protocolo lá, com a caderneta na mão dizendo: "Esse pode; esse não pode. Essa fica; essa não fica". Não é assim que agem algumas igrejas? Pior que tudo é feito em nome do amor! O que estaria pensando Jesus desses homens que Ele deixou para dirigir Sua igreja? Perdão, Senhor Jesus.